A Igreja de
São Vicente de Paula, que fica na Av. Alberto Maranhão, Centro, foi inaugurada no dia 20 de julho de 1919, e vem
prestando serviços religiosos até os dias atuais. A idéia da sua construção
surgiu mais ou menos no ano de 1915, no seio das confrarias vicentinas, sendo a
sua pedra fundamental lançada a 3 de outubro de 1915, com ato oficiado pelo
padre Elesbão Gurgel. Os idealizadores da capela foram: Manoel Tavares
Cavalcante, que era mais conhecido por Capitão Zeta, Francisco Borges de
Andrade, Natanael Luz, Silvino Bernardino de Souza, Genuíno Alves de Souza,
Antônio Francisco da Costa e Domingos Matias da Costa. Dois fatos, no entanto,
marcaram a existência daquele templo: a seca e o cangaceirismo.
Como já foi
dito, o início da construção da Igreja de São Vicente deu-se no ano de 1915,
ano esse em que o Nordeste brasileiro sofria com uma terrível seca. O
historiador Raimundo Brito, em trabalho publicado sobre a Igreja de São Vicente
diz que “os serviços da construção do
templo serviram para amenizar o sofrimento das numerosas levas de retirantes
que aqui chegavam tangidos pelo flagelo da grande estiagem”. Das mãos fracas de famintos retirantes
surgiram os tijolos e a cal que foram usados para erguer o templo. O dinheiro que ganhavam, apesar de pouco, era
o que amenizava a fome. O professor Almeida Barreto, em um dos capítulos das
suas memórias dizia: “Aquele templo é uma
dádiva de suor, sangue e lágrimas dos retirantes de 1915. Merece um poema à
memória de um êxodo forçado”. E o próprio professor Barreto faria esse
poema, quando apelava: “Mossoroenses,
quando passardes diante da Igreja de São Vicente de Paula, prestai o vosso
culto, não só ao orago do templo, como aos seus construtores, quase todos
desaparecidos já, porém, ainda mais rendei o vosso preito àqueles humildes
grandes, que fabricaram, de graça, o material para o citado templo”.
O templo
permanece até hoje com o mesmo estilo idealizado pelo arquiteto Francisco
Paulino. Quase nada mudou em sua arquitetura.
Um outro
fato marcante é que em 13 de junho de 1927, quando a cidade de Mossoró foi
atacada pelo bando de cangaceiros chefiados por Lampião, a Igreja de São
Vicente serviu como trincheira para os defensores da cidade, sendo de sua torre
que partiram os tiros que mataram o cangaceiro Colchete e feriram Jararaca, que
posteriormente veio a ser justiçado em Mossoró. A resistência encontrada pelos
facínoras fez com que os mesmos fugissem no que ficou conhecida como sendo a
primeira grande derrota de Lampião, derrota essa que fez com que até o fim dos
seus dias, não mais perturbasse a paz no Rio Grande do Norte. Foi uma grande
vitória do povo mossoroense, vitória essa que é lembrada até os dias atuais, e
que teve como comandante maior o prefeito Rodolfo Fernandes. Daí porque muitos
se referem à Igreja de São Vicente como sendo a Igreja de Lampião, ou a “Igreja
da bunda redonda”, por assim ter sido chamada pelo chefe dos bandidos.
Da luta dos
flagelados da seca de 1915 para erguer o templo, nada se comenta. Esse fato a
poeira do tempo apagou. Da importância da Igreja na defesa da cidade contra os
cangaceiros, sim. Esse episódio fez com que a Igreja se tornasse um ponto
turístico da cidade de Mossoró. Sua imagem ficou associada a esse fato de tal
maneira, que não se fala em cangaceiros em Mossoró sem se referir a Igreja de
São Vicente. Por tudo isso é que a Igreja de São Vicente de Paula é considerada
um monumento histórico da cidade de Santa Luzia de Mossoró.
FONTE: COLUNA DE
GERALDO MAIA, JORNAL O MOSSOROENSE
Eu vou para essa igreja no passeio escolar
ResponderExcluirEste é o ano do Centenário da Igreja São Vicente de Paula. Ela merece grandes comemorações.
ResponderExcluirQuem e o foto gracinha quemy bateu essa foto da capeta
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